Lola ao poder!

lola quer poder... roer a rolha do rato do rei da rússia!

domingo, agosto 28, 2005

“Sigamos pela vida, Leonor”

Sigamos a mesma religião, Leonor
saltemos obstáculos
de mãos entrelaçadas
partilhemos palavras
surdas
matemos as angústias
do coração
acreditemos em fadas
falemos com mudos
inventemos palavras
e tudo

Que a gente contemple toda a música, Leonor
cantemos com o mundo ao fundo
esqueçamos o tempo, joguemos xadrez
e que num último mergulho
morramos com altivez
por segundos

O que faremos não sei.
Nem sei se vais cá estar, Leonor
E se estiveres e eu não?


Ouçamos elogios esqueçamos conceitos
Molhemos os rios até criar leitos

O que faremos não sei, Leonor
Nem sei se vou cá estar
E se estiver e tu não?
Lucas Madrugada

quinta-feira, agosto 18, 2005

O sonho
Soltem as amarras do sonho. A viagem começa numa Caravela, uma das nossas maiores invenções. Passamos o espaço demasiado depressa e não sabemos ler mapas. Como nos disse um dia Séneca, quando um homem não sabe a que porto se dirige, nenhum vento lhe é favorável. As estações do ano passam por nós como nós pelo sol. Parece que cicuta nos arde nas vísceras, mas o sonho é invencível. Antes da vida, vem o sonho. É inconcebível sonho sem vida. A vida somos nós a fazer. Na vida os espaços passam como caracóis. Tudo tão lento até encontrarmos o sonho no sono da morte.